segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Segundas-feiras musicais

Ainda me surpreeendo ao encontrar por aí pessoas "comuns" - que conheço pessoalmente, são quase como uma classe diferente da gente de internet, onde todos são extrovertidos, inteligentes e incrivelmente sexy - ouvindo o mesmo tipo de coisa que eu ouço. É perceptível como por aqui gente com a mesma faixa etária tende a viver ao sabor da rádio da moda quando o assunto é música, quando há um show (?) de bandas (?) como, por exemplo, that lovely Babado Novo, as pessoas perguntavam por aí se você iria ao tal show, e, em caso de resposta negativa, deduziam que você infelizmente estaria ocupado ou sem dinheiro no dia e apenas então perguntavam se você é o tipo de pessoa que opta pela "coluna D" e não gosta de Babado Novo.
Ainda sobre esse tipo de show, não é realmente relevante gostar de um artista. Não se tem curiosidade em geral de procurar por músicas ou grupos, sendo por consequência muito mais fácil para os empresários por trás de rádios, dos monopólios da mídia, MTV e toda essa gente do mal divulgar seus artistas, que encontram terreno fértil por aqui. Claro que este texto não vale para os indies, que já sabem muito bem disso.
A palavra que procuro não é fanatismo, mas um nível de interesse maior - enfim, eu incentivo gente a procurar por músicas menos acessíveis na mídia e procurar saber sobre aquele artista caso o ache legal. O contrário do que vejo por aqui. Moral da história: jovens de Sorocaba vão ao show da Ivete para "ficar" (oh no, escrevi) e não para ver a Ivete, etc etc etc. Vamos ao meu ponto.

Acho legal ver gente por aí escutando um tipo de música diferente da que está em alta na mídia, e ainda mais quando meu gosto é compatível ao dessas pessoas. Uma garota da classe ouvia a uma música da Regina Spektor no celular, feita para a trilha das Crônicas de Nárnia, porque adora o filme. A música em questão tem um aspecto mais comercial do que as outras da cantora por esse motivo, mas ainda é encantadora. "The Call" interpretada por outro artista qualquer seria completamente ordinária, por isso considero a Srta. Spektor uma fada.

The Call (Narnia Soundtrack).MP3 - Regina Spektor

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Sad song



You've got her in your pocket - White Stripes

You've got her in your pocket
And there's no way out now
Put it in the safe and lock it
'cause it's at home sweet home

Nobody ever told you that it was the wrong way
To trick a woman, make her feel she did it her way
And you'll be there if she ever feels blue
And you'll be there when she finds someone new
What to do
Well you know

You keep her in your pocket
Where there's no way out now
Put it in a safe a lock it
'cause it's home sweet home

The smile on your face made her think she had the right one
Then she thought she was sure
By the way you two could have fun

But now she might leave
Like she's threatened before
Grab hold of her fast
Before her feet leave the floor
And she's out the door
'cause you want

To keep you in my pocket
Where there's no way out now
Put it in a safe a lock it
'cause it's home sweet home

And in your own mind
You know you're lucky just to know her
And in the beginning all you wanted was to show her
But now you're scared
You think she's running away
You search in your hand for something clever to say
Don't go away
'cause I want

To keep her in your pocket
Where there's no way out now
Put it in a safe and lock it
'cause it's home sweet home
Home sweet home

Não é minha melhor performance, mas a única que tive paciência de gravar. Os sons de MSN ao fundo são por causa do laptop novo (não consegui instalar versões mais recentes ainda), o único que tem câmera. But a song is a song, anyway.

Calor: go home!

4 meses é muito tempo, principalmente quando as coisas não vão bem: Por isso o verão é tão penoso pra mim

Começa a esquentar e esse tempo de verão é infinitamente desagradável pra mim. Não há nada de digno no calor: apenas languidez, preguiça, suor e desconforto. As roupas do inverno e dos meses mais frios possuem uma elegância infinitamente maior, com seus cachecóis, luvas e botas, não trazem essa necessidade de expor o corpo que tanto me incomoda, quando toda a gente começa uma batalha implícita contra a balança.
O verão cheira a bronzeador e funk carioca. Aliás, essa é a diferença - o verão cheira. O que de mais ridículo vejo são as propagandas de aparelhos de ginástica, dietas e afins do tipo "Prepare seu corpo para o verão, fat ass!". Com que prazer eu não migraria para lugares mais frios...
Embora, na maioria do tempo eu não me queixe de morar no Brasil, apenas quando começa o fenômeno terrível: a temperatura desandando a subir vertiginosamente. Está lá, em todo lugar, a marca registrada do país. Em outros países existe toda uma misticidade em volta da chegada do verão, aquela coisa de assistir a toupeira saindo da toca (ok, maybe not), quando o corpo finalmente não sente-se mais retraído e preso. Aqui não há disso.
Apesar de tudo, é bonito, é agradável aos olhos. Afinal, em que outro lugar as pessoas possuem o privilégio de se tornarem indiferentes a um dia bonito, coisa vulgar e sem importância?

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Carlão no Jô



Embora eu não consiga me comover muito pelo humor Jô, não poderia deixar de dar destaque aqui para a entrevista. Carlão é professor de terceiros anos e cursinhos do Anglo em Sorocaba, já deu 5 minutos de aula para minha classe enquanto o Wilson não chegava e foi de certa forma curioso - por isso posto mesmo que tenha achado a entrevista fraca, não goste do programa e não ligue realmente pro orgulho da terra rasgada. Há algo de divertido em professores que gostam do que fazem.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Um incidente

Deixou a confusa impressão de luzes fundidas à música excessivamente alta atrás de si, afastando-se pelos fundos. O ar da noite soprou-lhe o rosto, levava ainda um copo de uísque meio diluído pelo gelo - não o beberia, parecia apenas cômodo ter algo para ocupar as mãos. Alguns pensamentos leves surgiam, não como antes, imaginou o toque gelado descendo por costas nuas em um vestido negro. Na sua frente alguem fumava e um casal estava parcialmente envolvido pelas sombras do muro sujo.
Que haveria além da portinhola enferrujada na contrução? Sorriu-lhe a idéia de ultrapassar a casa, a portinha não estava trancada. Abriu-a com um chute, encontrando certo quintal. Era o jardim abandonado do terreno vizinho, onde apareciam silhuetas recortadas de umas poucas árvores contra o céu.
Veio depois a sensação, dedos ligeiros roçando os seus, ah, recostou-se rápido em uma árvore antes de virar-se e sentir ansiedade, encarava já uns olhos miúdos.
Não esperava você, não você. Algo há de ser feito. Se consegue qualquer coisa com um rosto assim, pensou. Estava tão pálida naquela noite, como ficaria qualquer criatura iluminada daquela maneira, procurou convencer-se. Uma música que não se escuta mais soou na sua cabeça. Pelos anos sentiu falta de uma crença contrastando com tudo que julgava certo. Os dias mudaram, porém; cansava-se com facilidade agora, não desejava mais longos pensamentos de outro tempo, irritou-se com tudo isso.
"Mas você não estava morta?" E, ademais, por que agora? A ouviria atentamente pelas horas, sabia entretanto, não importasse a circunstância. Ela deixava de ser insignificante apenas nessa situação: os olhos sorriam, pequenos. Semelhante a uma suave aparição, retornara.
"Achei que estava morta", uma presença frágil, nada além de frágil, tal qual palavras que morriam no repentino silêncio...
 
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