domingo, 30 de março de 2008

Feministas, temei

Acabou de sair o trailer oficial do filme de Sex and the City. Mesmo eu, que simpatizo com a série e até já aluguei a última temporada pra ver emocionada enquanto comia chocolate (nota: falar menos sobre vida pessoal no blog), não senti aquela vontade capaz de me arrastar pra sala de cinema. Há muito tempo mesmo não assisto as estréias, pois a maioria não passa de, como no caso de Sex and the City, "filme da série", "filme do livro", "filme seqüência" ou "regravação do filme".
Aproveito o post pra me desculpar pelas atualizações menos freqüentes após a Páscoa, meu álibi é a semana de provas que está chegando (escrevo assim só para parecer que alguém se importa). Quer dizer, tentem controlar a terrível ansiedade por um tempinho mais.

quinta-feira, 27 de março de 2008

"Era no fim do Outono; já as folhas tinham amarelecido; uma doçura tocante errava no ar...
"Dos quiosques santos saía uma sussuração de cânticos, de nota monótona e triste. Pelos terraços, enormes serpentes, veneradas como deuses, iam-se arrastando, já entorpecidas da friagem. E aqui e além, ao passar, avistávamos budistas decréptos, secos como pergaminhos e nodosos como raízes, encruzados no chão sob os sicômoros, numa imobilidade de ídolos, contemplando incessantemente o umbigo, à espera da perfeição do Nirvana..."

quarta-feira, 19 de março de 2008

Viajando

Você: Eu vou viajar
SeteZoom: Quem sabe pode até ser! Para onde gostaria de ir?
Você: Não, voce não tá entendendo. Eu VOU viajar
SeteZoom: Vá pelo entendimento no contexto!
Você: Certo... o blog vai ficar sem atualizações por enquanto
SeteZoom: Eu procuro me atualizar com novidades de web, mas é tanta coisa! O louco.
Você: Sabia que você entenderia
SeteZoom: Era de se esperar...

http://www.inbot.com.br/sete/

segunda-feira, 17 de março de 2008

Ninguém Como Você

Ok, minha opinião é duvidável, mas acho essa a melhor música de amor de todos os tempos.


Vendo Still Loving You no Youtube um dia achei um comentário de uma garota dizendo que seu primeiro beijo tinha sido durante essa música e nunca consegui achar nada que parecesse mais romântico pra mim.
Mesmo assim, não vi nada do Scorpions recentemente - que, de acordo com as fontes confiáveis da internet, vai fazer uma turnê acústica pelo Brasil - e nem quero. Me deprime ficar vendo a carreira mais ou menos decadente de artistas como um Morrissey senil, ou , pior ainda, John Lyndon com um penteado forçado resgatando o Sex Pistols (ouvi no começo do ano que estariam planejando uma reunião da banda, com um embrulho no estômago).
Certo, sou um tanto mean quanto a isso, mas morrer jovem é bom pra preservar a imagem. Renato Russo perderia a graça se estivesse vivo.

Obs.: O post não vale para U2 e The Cure, que continuem fazendo shows até quando o remédio da pressão permitir.

domingo, 16 de março de 2008

Chapeuzinho vs Jason

Charles Perrault ficou famoso pelos contos de fada que compilou num livro chamado Histórias da Mamãe Ganso, onde entraram versões até hoje conhecidas de contos como Cinderela e Chapeuzinho Vermelho. Agora, a versão de Perrault da história que eu sei que pelo menos um dedicado leitor desse blog já conhece:

Certo dia, a mãe de uma menina mandou que ela levasse um pouco de pão e de leite para sua avó. Quando a menina ia caminhando pela floresta, um lobo aproximou-se e perguntou-lhe para onde se dirigia.
- Para a casa de vovó - ela respondeu.
- Por que caminho você vai, o dos alfinetes ou o das agulhas?
- O das agulhas.
Então o lobo seguiu pelo caminho dos alfinetes e chegou primeiro à casa. Matou a avó, despejou seu sangue numa garrafa e cortou sua carne em fatias, colocando tudo numa travessa. Depois, vestiu sua roupa de dormir e ficou deitado na cama, à espera.
Pam, pam.
- Entre, querida.
- Olá, vovó. Trouxe para a senhora um pouco de pão e de leite.
- Sirva-se também de alguma coisa, minha querida. Há carne o vinho na copa.
A menina comeu o que lhe era oferecido e, enquanto o fazia, um gatinho disse: "menina perdida! Comer a carne e beber o sangue de sua avó!"
Então, o lobo disse:
- Tire a roupa e deite-se na cama comigo.
- Onde ponho meu avental?
- Jogue no fogo. Você não vai precisar mais dele.
Para cada peça de roupa - corpete, saia, anágua e meias a menina fazia a mesma pergunta. E, a cada vez, o lobo respondia:
- Jogue no fogo. Você não vai precisar mais dela.
Quando a menina se deitou na cama, disse:
- Ah, vovó! Como você é peluda!
- É para me manter mais aquecida, querida.
- Ah, vovó! Que ombros largos você tem!
- É para carregar melhor a lenha, querida.
- Ah, vovó! Como são compridas as suas unhas!
- É para me coçar melhor, querida.
Ah, vovó! Que dentes grandes você tem!
É para comer melhor você, querida.
E ele a devorou.

A versão existe, mas pode até estar um pouquinho exagerada em relação à publicada no livro de Perrault, onde de fato a menina se despe antes de deitar-se com o lobo, e sem final feliz - isso porque os contos do livro fizeram sucesso por estarem mais brandos ao público. Alguns clássicos da Disney transformam-se em verdadeiras histórias de horror no seu formato original, de acordo com o texto de onde tirei a história:

"As outras histórias da Mamãe Ganso dos camponeses franceses têm as mesmas características de pesadelo. Numa versão primitiva da 'Bela Adormecida' (conto tipo 410), por exemplo, o Príncipe Encantado, que já é casado, viola a princesa e ela tem vários filhos com ele, sem acordar. As crianças, finalmente, quebram o encantamento, mordendo-a durante a amamentação, e o conto então aborda seu segundo tema: as tentativas da sogra do príncipe, uma ogra, de comer sua prole ilícita. O 'Barba Azul' original (conto tipo 312) é a história de uma noiva que não consegue resistir à tentação de abrir uma porta proibida na casa de seu marido, um homem estranho, que já teve seis mulheres. Ela entra num quarto escuro e descobre os cadáveres das esposas anteriores, pendurados na parede. Horrorizada, deixa a chave proibida cair de sua mão numa poça de sangue, no chão. Não consegue limpá-la; então, Barba Azul descobre sua desobediência, ao examinar as chaves. Enquanto ele amola sua faca, preparando-se para transformá-la na sétima vítima, ela se recolhe em seu quarto e veste seu traje de casamento. Mas demora a se vestir, o tempo suficiente para ser salva por seus irmãos, que galopam em seu socorro depois de receberem um aviso de seu pombo de estimação. Num dos primeiros contos do ciclo de Cinderela (conto tipo 51OB), a heroína torna-se empregada doméstica, a fim de impedir o pai de forçá-la a se casar com ele. Em outro, a madrasta ruim tenta empurrá-la para dentro de um fogão, mas incinera, por engano, uma das mesquinhas irmãs postiças. Em 'João e Maria' ('Hansel e Gretel', conto tipo 327), na versão dos camponeses franceses, o herói engana um ogre fazendo-o cortar as gargantas de seus próprios filhos. Um marido devora uma sucessão de recém-casadas, no leito conjugal, em 'La Belle et le monstre' ('A bela e a fera') (conto tipo 433), uma das centenas de contos que jamais chegaram a ser incluídos nas versões publicadas de Mamãe Ganso."

Até o séc. XVII não existia noção de infância, crinaças usavam as mesmas roupas, viviam nos mesmos ambientes e ouviam as mesmas histórias que os adultos (que pelo jeito sacaneavam as criancinhas matando-as de medo), colocando os temas de canibalismo, incesto e outros agradáveis nessas histórias. Acabam levando sempre uma moral (não é bom chegar perto de lobos) e já foi dito até que a avó da Chapeuzinho poderia ser um lobo! - o que explicaria uma velha doente morando no meio de uma floresta cercada pelos animais.
"Há, por exemplo, uma estória Latina de Egberto de Lièges, chamada Fecunda
ratis (1023), na qual uma menininha é descoberta na companhia dos lobos. A
menina usa uma manta vermelha de grande importância para ela. Será que a própria
Chapeuzinho, com seu manto cor de sangue, não seria também um lobisomem? "

Me sinto meio paranóica, e sem sono.
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http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/historiascontosgatos.html
http://www.espacoacademico.com.br/039/39esilva.htm

quinta-feira, 13 de março de 2008

Escritos graças à Ana

Nunca se vá meu amor, gritava por mais um minuto de amor. Mas ele fechou-se para o mundo vivo dela. Lágrimas de um pôr-do-sol sem inicio, como a noite que demorava para vir enquanto ela aguardava por mais noticias. Dias de calmaria, dias sem fim, lutas insignificantes contra o próprio pensar. Dias, nada mais do que o entardecer da alma. Velharia inoportuna, luz do amanhecer que toma meus olhos. Entra meu bem, faça o seu papel, queime minha íris, fale sobre o seu ultimo caso de amor. Sim eu espero ouvir você, fale mais. Me deixe excitado com as suas peripécias, quero mais, espero por mais. Seja meu bem. Quero-te com força, espere-me na esquina, passarei para buscá-la. Planos insanos para uma mente mais caridosa e persistente. E agora lembro-me que acordei.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Peanuts por Charles Bukowski

E não Charles Schulz. Poderíamos dizer que seria assim:



Mais aqui.

domingo, 9 de março de 2008

Vamos começar pelo final (Juno)


O cartaz do filme não me interessou muito de cara, mas depois que constatei ser um dos queridinhos do Oscar, sim, aí me desinteressei de vez. Acontece que Juno ganhou tanta repercussão que ficou praticamente impossível não atentar para história da Ellen Page grávida - já disseram que é o "Pequena Miss Sunshine de 2008", o que acho difícil, pois apesar dos óculos ela não me parecia uma garotinha indie. A cena final do filme me convenceu a ir ao cinema, quando já tinha saído de cartaz: agora só esperando o DVD nas bancas de camelô locadoras.


Foi pela trilha sonora de Juno que eu descobri Kimya Dawson, de quem acabei gostando bastante com as canções de amor bobinhas e que está bastante presente durante todo o filme. Parecer final: seems nice. Esperem por mais críticas de filmes que eu nunca vi.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Nostalgie

Certo, tenho uma vontade tremenda de aprender o francês; só não o faço mesmo porque mais bonito do que falar francês é ter umas belas tardes livres na semana para não fazer nada, mas garanto que minha alma não vai deixar esse mundo de outro modo senão fazendo biquinho. Em segundo plano, mas não menos importante, vontade de aprender alemão, japonês, latim, grego, mandarim, aramaico, dialetos africanos, similish e a língua do Senhor dos Anéis.
Minha sorte é ter o português como língua materna. 4000 verbos irregulares, ask Audrey (não esqueça de perguntar também por que ela estava aprendendo por um disco português se ia para o Brasil). Não apenas por ser uma língua difícil, minha gratidão é por poder me expressar em uma das línguas mais belas que existem - e poder arriscar um portunhol - sem toda a complexidade de idiomas orientais que precisam de tantos alfabetos com tantas interpretações and all that crap. Ainda assim, japonês continua sendo adorável. O que quero dizer, contudo, é como adoro poder simplesmente suspirar um "saudade" sem mais complicações.

Saudade, que é uma das palavras mais difíceis de traduzir do mundo. Também estão na lista:

  1. "Ilunga" (tshiluba) - uma pessoa que está disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a tolerar o mesmo pela segunda vez, mas nunca pela terceira vez.
  2. "Shlimazl" (ídiche) - uma pessoa cronicamente azarada.Traduzível para o português como Letícia Cabral
  3. "Radioukacz" (polonês) - pessoa que trabalhou como telegrafista para os movimentos de resistência o domínio soviético nos países da antiga Cortina de Ferro.
  4. "Naa" (japonês) - palavra usada apenas em uma região do país para enfatizar declarações ou concordar com alguém.
  5. "Altahmam" (árabe) - um tipo de tristeza profunda.
  6. "Gezellig" (holandês) - aconchegante.
  7. Saudade (português)
  8. "Selathirupavar" (tâmil, língua falada no sul da Índia) - palavra usada para definir um certo tipo de ausência não-autorizada frente a deveres.
  9. "Pochemuchka" (russo) - uma pessoa que faz perguntas demais.
  10. "Klloshar" (albanês) - perdedor.

Algumas apenas compreensíveis em um determinado período histórico, me lembram as doenças mentais que só existem em determinados povos. A "histeria do Ártico" como exemplo, é explicada por certa carência de vitaminas na dieta esquimó - há um tal transtorno no Japão onde a pessoa tem medo de que alguma parte de seu corpo esteja ofendendo alguém, mesmo que involuntariamente, explicável por se valorizar tanto a coletividade no país. Ainda melhor: o "susto" na Amazônia causa diversos transtornos por se acreditar que a alma do doente deixa o corpo com o susto, podendo levar à morte.

A parte infame é morrer de susto.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Delirium

Esse desenho, feito carinhosamente na aula de matemática da semana passada, é um misto de referências/plágio de Sandman e Tara McPherson, yey! fica na cara assim mesmo. Ela é outra das ilustradoras de que eu gosto bastante, faz minicomics - ou pelo menos tirinhas - divertidas com aquele quê de melancolia e broken heart típico das ilustradoras da minha lista.

Legais são os pôsters anunciando shows que ela fez para várias bandas, de Hives a Depeche Mode, os quais estão quase todos vendidos - aliás, poucos trabalhos dela não foram vendidos ainda. É incrível como ela tem o traço bem leve apesar marcante e até meio punk.

Ela faz também, como a Samantha Floor, e como eu, algumas imagens inspiradas por Sandman; me faz indagar quantas desse tipo não existem, não me surpreenderia se gostassem do mesmo tipo de música também. Acho que caí dentro desse esteriótipo.

domingo, 2 de março de 2008

Medo do escuro

Sofri uma grave desilusão com filmes de terror (principalmente os japoneses) quando era menor depois de concluir que os únicos filmes com direito a assustar de verdade eram aqueles sobre ser judeu na 2a Guerra e que esses não assustam de verdade, servem apenas para que você diga, com um ar superior "Olha aí, isso sim te deixaria com medo, moleque. Estaria implorando pra que seu único problema fosse uma ligação 'sete dias' ou o amigo imaginário do seu filho agora". Sinto-me até meio decepcionada porque eles perderam a graça, o que nesse contexto significa ficar menos assustador e mais engraçado. A droga do terror que lá nos primórdios da minha existência era tão forte e tanto me ocupava o tempo - dividido entre comer, brincar, mexer com fogo e checar debaixo da cama - perdeu o efeito mas não causou nada de ruim, mesmo hoje eu gosto da sensação de medo induzido. Meu pai me trouxe uma vez um livro sobre escrever um livro, onde, por não ter mais o que escrever, a autora fala sobre uma opinião de sua amiga: "...ela me disse acreditar que muitos adultos têm distúrbios psicológicos porque as histórias infantis são assustadoras. Chapeuzinho Vermelho teve sua avó devorada; dois dos três porquinhos tiveram suas casas derrubadas; a Gata Borralheira era maltratada pela madrasta. Além disso, as músicas de ninar falam sobre uma cuca que vem pegar, um boi de cara preta, e outras coisas do tipo." Qualquer dia ela vai querer processar Tim Burton por fazer filmes infantis com um quê de macabro e o Lemony Snicket por escrever como um depressivo, o que eu sempre achei bem legal.

Minha casa tem um daqueles corredores compridos e macabros, do tipo que te faz esperar que Jack Nicholson saia de algum lugar do nada com um machado, pronto pra te atacar. Me pergunto se meu irmão terá medo dele, ou dos armários, e dos velhos clichês japoneses, vai ver depois o quanto era divertido.

sábado, 1 de março de 2008

A China tem cultura milenar e vende bem

Hoje de manhã acabei indo para o shopping andar enquanto esperava alguém chegar em casa, porque eu estava sem as chaves. Não tinha um centavo, é verdade, andei só olhado coisas em lojas e passando um longo tempo folheando livros para não comprar nada - ou seja, o habitual - mas consegui levar de volta comigo o catálogo novo da C&A (já vou começar o assunto, tenham calma) inspirado pela cultura chinesa, em ritmo de Olimpíadas de Beijing. Afinal, era de graça, design bem feito e bem grande, não coube uma página inteira no scanner, e de graça.


A equipe foi realmente até a China fazer o ensaio fotográfico, o catálogo é tão bem feito que ao final as roupas da C&A nem parecem tão esquisitas assim. Tem uma série de curiosidades desde calendário chinês até pop art em cima de fotos do Mao, passando por culinária e propagandas da época da revolução cultural. O primeiro catálogo de loja que te ensina a dizer "não como cachorro" em mandarim ("Wo bu chi gou rou", para quem for passar pelos restaurantes de Pequim).
Afinal, além de comunistas a China tem até concursos de beleza exclusivos para garotas que fizeram cirurgias plásticas, o Miss Artificial, e óperas onde todos os personagens são interpretados por homens. A campanha publicitária mais legalzinha de 2008.




E com preços acessíveis! (ou nem tanto)
 
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